Como a corajosa acony bell de Gillian Welch, que desperta ainda durante o rigoroso inverno, anunciando a chegada da nova estação, a Chanel faz nascer uma primavera que se quer longe do espartano. Micro, macro e multiflores em intrincados bordados, finíssimos fios entrelaçados das mais diferentes formas e beads e plaquinhas como que em reforço ao quase inexistente, mas incrivelmente impactante, deram origem a peças com uma identidade orgânica em todos os sentidos.
Lembrei-me de uma crise de 29 icônica, com papéis voando pelas janelas. Em minha fantasia, Lagerfeld, mágico e messiânico, dobra-os pacientemente, transformando sua matéria-prima em beleza, em flores. Uma ode ao poder de nossas mãos e ao mundo de possibilidades que elas nos trazem. Os deuses nos chamam a criar.





















